terça-feira, 1 de novembro de 2016

Interação social com o ciberespaço

As redes sociais constituem uma das estratégias utilizadas pela sociedade para o compartilhamento da informação e do conhecimento, os quais são essenciais para se obter inovação e são, justamente, os responsáveis pela movimentação de tais redes. Estas se mantêm valendo-se da interação entre diversos indivíduos para a criação de novos conhecimentos.

Elas, segundo Marteleto, representam “[...] um conjunto de participantes autônomos, unindo ideias e recursos em torno de valores e interesses compartilhados”, e são caracterizadas como uma estrutura não-linear, descentralizada, flexível, dinâmica, sem limites definidos e auto organizável, a qual estabelece-se por relações horizontais de cooperação.
Na era atual, da informação, as redes tomaram proporções ainda maiores, e, portanto, apresentam funções cada vez mais diversas e os processos sociais organizam-se cada vez mais em torno delas. Quer se trate das grandes empresas, do mercado financeiro, dos meios de comunicação ou das novas ONGs globais, constatamos que a organização em rede se tornou um fenômeno social importante e uma fonte crítica de poder. Ela possibilita, a cada conexão, contatos que proporcionam diferentes informações, imprevisíveis e determinadas por um interesse que naquele momento move a rede, contribuindo para a construção da sociedade.
A partir do desenvolvimento dos meios de comunicação, principalmente depois da Internet, as relações sociais prescindem do espaço físico e do geográfico, ou seja, elas ocorrem independentes do tempo e/ou do espaço. Sendo ela influenciada pelo contexto que a cerca e esse por ela.
A sua importância social e econômica é consequência do efeito que causam nas pessoas e nas organizações. Nesse âmbito, constatamos a necessidade de compartilhá-los para que possam trazer mudanças no contexto em que estão inseridos.
Há algumas barreiras para a transferência do conhecimento, como é o caso da falta de confiança mútua, diferentes culturas, vocabulários e quadros de referência distintos. Mas são barreiras passíveis de serem facilmente superadas.
Sáenz e García Capote (2002, p.69) ressaltam que o “processo de inovação é a integração de conhecimentos novos e de outros existentes para criar produtos, processos, sistemas ou serviços novos ou melhorados”.
As redes sociais dependem da interação de diversos atores – internos e externos à organização – dispostos a compartilhar informações e experiências, visando ao aprendizado organizacional e, consequentemente, contribuindo para a construção de novos conhecimentos.
Logo, elas influenciam tanto a difusão de inovações quanto a propagação da informação e do conhecimento que oportuniza o desenvolvimento de inovações. São recursos importantes para a inovação, em virtude de manterem canais e fluxos de informação em que a confiança e o respeito entre atores os aproximam e os levam ao compartilhamento de informações que incide no conhecimento detido por eles, modificando-o ou ampliando-o.
A chamada cibercultura, cultura cibernética ou cultura digital, é caracterizada como um conceito emergente da pós-modernidade, que nasce da perspectiva do impacto das novas tecnologias e da conexão em rede na sociedade. Essa cultura promove uma recombinação da ciência com as artes, utilizando-se da metalinguagem digital e da capacidade de remontar arquivos para exprimir a produção simbólica de um determinado grupo social, mas que atinge a todos que estão conectados à rede, uma vez que esta oferece uma transmissão múltipla. Uma forma de manifestação dessa cibercultura seriam as próprias redes sociais.
O ciberespaço, na contemporaneidade, favorece a inscrição de outros grupos e sujeitos coletivos no mapa cultural, a partir dos descentramentos dos impérios culturais e da visibilidade de novos contornos da cultura, de culturas consideradas periféricas por diversas épocas, quebrando assim todas as fronteiras existentes.
Outro ponto a ser destacado em relação à cultura cibernética diz respeito à despersonalização das obras, característica da pós-modernidade, pois nessa esfera parece não se ter mais estilos ou visões particulares do mundo a se expressar e, sim, uma “transculturalidade”, o que seria uma espécie de movimentação de algumas culturas, que se tornaram fluidas. Não se trata, no entanto, da passagem de um elemento para outro, mas de um imbricamento de uma cultura em outra, da união de diferentes princípios em um mesmo espaço social.
Para o filósofo Jameson, por exemplo, essa despersonalização pós-moderna é resultante do fato de que vivemos na era da paródia vazia, na qual nada de pessoal pode ser criado porque tudo já foi feito. Assim, ele acredita que o sujeito foi extinto da cultura. Seguindo esta mesma linha de pensamento, Lyotard afirma que o desenvolvimento das tecnologias se tornou um meio de intensificar a efemeridade das coisas, entre elas das manifestações culturais. Virilio acrescenta que a cibercultura traz consigo o fenômeno da “perda da orientação’’, além de a mídia ser um agente de extinção da cultura e o fim do sujeito. Já Pierre Lévy contraria essa perspectiva, poia para ele, as TIC são uma tecnologia intelectual, que trazem consigo um novo modo de pensar o mundo e de conceber as relações com o conhecimento e com elementos culturais. Assim, pode-se inferir que não há um declínio da cultura, mas um novo modo de representar essas manifestações.
É necessário perceber que não há linearidade na passagem de uma era cultural para outra, pois elas se sobrepõem, misturam-se, criando tecidos culturais híbridos e densos. E esses fios ficaram mais entrelaçados com a chegada da cultura digital.
Esse meio fornece oportunidade para que pessoas representem a si próprias em suas próprias vozes, rompendo com a hegemonia cultural e apresentando suas identidades. Ou seja, aquelas pessoas que são vítimas do estereótipo e da marginalização têm a possibilidade, caso desejem, de reescrever suas identidades através da sua própria produção cultural.
Na cultura digital, há uma dinâmica de aceleração do tráfego, das trocas e das misturas entre as múltiplas formas, estratos, tempos e espaços da cultura, o que revela que todas as culturas, na atualidade, são fronteiriças, fluidas, desterritorializadas. Na pós-modernidade, evidenciam-se os hibridismos culturais, os descentramentos da identidade e, ao mesmo tempo, a heterogeneidade da cibercultura, que pode ser revelada a partir das comunidades virtuais.
O ciberespaço é um ambiente de formação de novos comportamentos e hábitos que conduz a pessoa a um novo modo de compreender o mundo que a circunda, mas também que a leva a uma nova percepção de si mesma e dos outros. Com o uso das tecnologias as pessoas aprendem, constroem seus ambientes de aprendizagem e de interação e desenham através da construção de um ambiente virtual personalizado suas próprias identidades, subjetividades e aprendizagens.
Essas mudanças nos hábitos das pessoas não afetam somente suas vidas num contexto estritamente tecnológico, mas alcança zonas mais amplas de uma autêntica cultura digital. Esta cresce sob o signo da interconexão entre dispositivos computacionais, da inter-relação entre os homens em escala planetária, do relacionamento cotidiano com máquinas inteligentes e da obsessão pela interatividade.
As mudanças que estão ocorrendo com o desenvolvimento da rede mundial de computadores, a Internet, e da tecnologia, enquanto meios de comunicação, estão não só introduzindo novos hábitos, percepções e dinamizando a vida, como também, estão transformando o transmissor, o receptor e a própria mensagem, gerando uma interdependência entre os homens, uma nova cultura.
Atualmente, as pessoas não se satisfazem mais em compartilhar espaço físico com amigos, parentes, vizinhos e colegas de trabalho. Elas necessitam de compartilhar conhecimentos, preferências, gostos pessoais e intimidade, onde o importante é saber que outras pessoas, embora anônimas, estão situadas em grupos de interesse próximos aos seus, podendo assim, colaborar de alguma forma com você.
O ciberespaço aproxima os indivíduos, deixando de lado a noção de tempo e espaço, que anteriormente poderiam funcionar como obstáculos para o estabelecimento de relações sociais no mundo. A tecnologia funciona como força impulsionadora da criatividade humana, permitindo que a comunicação se intensifique e que suas ferramentas promovam o convívio, o contato e uma maior aproximação entre as pessoas.
A mobilidade propiciada pelo ciberespaço é singular porque ela provoca outro tipo de comportamento e subjetividade no indivíduo. As tecnologias permitem que a comunicação se intensifique e que suas ferramentas promovam o convívio, o contato e uma maior aproximação entre as pessoas.
A cultura digital transformou a linguagem com a qual o indivíduo se comunica. Conforme afirma Vygotsky (2001), a linguagem é o instrumento psicológico para a regulação do comportamento. O pensamento é determinado pela linguagem e é através dela que o ser humano se constitui como sujeito.
 
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4) Caracterizem: pós moderno; cibercultura; redes sociais; ética e liderança, sociedade civil globalizada e voluntário.
Pós moderno é o nome dado às mudanças ocorridas nas ciências, nas artes, nas sociedades desde 1950. Ele nasce com várias mudanças na arquitetura e principalmente na computação, entra na filosofia nos anos 70 como crítica da cultura ocidental, ou seja, são mudanças gerais desde as artes até na tecnologia, e se alastra por todos os lados e meios, sem saber se é uma forma de decadência ou se é um renascimento cultural. O pós-modernismo invadiu o cotidiano com a tecnologia eletrônica em massa e individual, onde a saturação de informações, diversões e serviços, causam um “rebu” pós-moderno, com a tecnologia programando cada vez mais o dia-a-dia dos indivíduos. Caracterizado pela disseminação dos meios de comunicação e da informática, além da influência do universo digital e do apelo consumista, o pós-modernismo é um processo ainda em desenvolvimento que cultua a individualização, a liberação dos medos e preconceitos, além da liberdade de expressão, da tecnologia e da facilidade da comunicação.
Cibercultura é a relação entre as tecnologias de comunicação, informação e a cultura, emergentes a partir da convergência informatização/telecomunicação na década de 1970. Trata-se de uma nova relação entre tecnologias e a sociabilidade, configurando a cultura contemporânea (Lemos, 2002). É também a cultura que surgiu, ou surge, a partir do uso da rede de computadores, e de outros suportes tecnológicos (como, por exemplo, o smartphone e o tablet) através da comunicação virtual, a indústria do entretenimento e o comércio eletrônico, no qual se configura o presente, já que a cultura contemporânea é marcada pelas tecnologias digitais, resultado da evolução da cultura moderna.
Redes Sociais é uma aplicação da web cuja finalidade é relacionar as pessoas. Pode ser definida como uma estrutura social composta por pessoas ou organizações, conectadas por um ou vários tipos de relações, que compartilham valores e objetivos comuns. Uma das fundamentais características na definição das redes é a sua abertura, possibilitando relacionamentos horizontais e não hierárquicos entre os participantes.Elas permitem a criação de um perfil com limitações em sua acessibilidade que pode ser compartilhado ou não com quem solicite. As redes sociais modernas surgiram no início do milênio. Assim, começaram a desenvolver-se exemplos como MySpace, Linkedin, Facebook, Twitter, entre outros.
Ética é conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade. Ela é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos. Portanto, cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de ética.
Liderança é a arte de comandar pessoas, atraindo seguidores e influenciando de forma positiva mentalidades e comportamentos. Existem 3 tipos de liderança :
1. Liderança Autocrática: É um tipo de liderança autoritária, na qual o líder impõe as suas ideias e decisões ao grupo. O líder não ouve a opinião do grupo.
2. Liderança Democrática: O líder estimula a participação do grupo e orienta as tarefas. É um tipo de liderança participativa, em que as decisões são tomadas após debate e em conjunto.
3. Liderança Liberal: Há liberdade e total confiança no grupo. As decisões são delegadas e a participação do líder é limitada.
Voluntário É um indivíduo que de forma livre, desinteressada e responsável se compromete, de acordo com as suas aptidões e no seu tempo livre, a desenvolver ações de voluntariado em prol dos indivíduos, famílias e comunidade. Atuar como voluntário é ter um ideal por bem fazer, que assenta numa relação de solidariedade traduzida em gratuitidade no exercício da atividade, prestando serviços não remunerados em benefício da comunidade. Ser-se voluntário é, também, ter convergência e harmonização com os interesses dos destinatários da ação e com a cultura e valores das organizações promotoras.

5) Com o novo paradigma (holismo) o que muda no papel e atuação do engenheiro químico?

Com esse novo paradigma, o holismo, o engenheiro químico não pode mais olhar para as coisas como se existe apenas um significado para aquilo. Agora é preciso ver tudo como um todo, deixar de pensar apenas por um ângulo e sim, ver o conjunto. Por exemplo, uma pesquisa não pode mais ser pensada com apenas um objetivo, é preciso analisar todos os seus efeitos e aplicações, pois com a disseminação de conhecimento do mundo atual é necessário saber todos os caminhos para qual ela pode prosseguir, seja para o bem quanto para o mal.
 
6) Em que consiste a ciência e as novas tecnologias da informação e comunicação (tic’s) e quais são seus impactos na socidade contemporânea (pós-moderna)?
As TIC'S consistem nas tecnologias e nos métodos utilizados para se comunicar surgidos no contexto da Terceira Revolução Industrial, desenvolvidas gradativamente desde a segunda metade da década de 1970 e, principalmente, nos anos 1990. A imensa maioria delas se caracteriza por agilizar, horizontalizar e tornar menos palpável (fisicamente manipulável) o conteúdo da comunicação, por meio da digitalização e da comunicação em redes (mediada ou não por computadores) para a captação, transmissão e distribuição das informações (texto,imagem estática, vídeo e som). Exemplos de TIC'S são computadores pessoais, celulares, tv por assinatura, wi-fi, bluetooth, entre outro.
Com todo esse avanço tecnológico, a sociedade contemporânea ganhou maior facilidade e rapidez de acesso à informação, "encurtando" o mundo. Porém, de modo negativo, a sociedade tornou-se mais individualista.
 
7) Relativismo, ausência de posicionamento crítico social, aceitação a-crítica de experiências contemporâneas podem levar ao risco da destruição da ordem e a consequente destruição do tecido social? Caminhamos para o caos?
Sim, pois quando a sociedade não se posiciona significa que ela está acomodada a situação e subentendesse que ela aceita e concorda com as cosias como estão. Equem detém o poder acaba fazendo as coisas da maneira que favoreça a si mesmo em detrimento do bem comum , por isso é necessário o posicionamento da sociedade para ocorrerem mudanças que a beneficiem.

Equipe:

Grupo da Isabella Nobre Montori

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