Artigo 1
Movimentos sociais, tecnologias de informação e o ativismo em rede
Síntese
O artigo realizado pelo Prof. Jorge Alberto S. Machado, professor de ciências e humanidades da USP, trata da questão de como a evolução tecnológica dos meios de comunicação influencia nos movimentos de cunho social, independentemente da ideologia defendida pelo movimento. O professor inicia o artigo afirmando que tal como os atores políticos e econômicos, os atores sociais acompanham o fenômeno da globalização através do aproveitamento do que as novas tecnologias de informação e comunicação oferecem. O autor ainda frisa que essa evolução ameniza de uma certa forma o desequilíbrio existente na distribuição de recursos e poder entre cada indivíduo.
Ademais, a rede é exibida pelo professor como tendo várias facetas para seu usuário, pois além de ela ser de caráter público, acaba proporcionando diversas funções sociais para quem a utiliza. Ou seja, um usuário em redes pode se comportar como consumidor, distribuidor, militante, editor, etc…
Com isso, é defendido no artigo que as redes na atualidade são muito utilizadas com o intuito de criação de movimentos sociais de caráter sociopolítico e diversas ideologias, além disso é enfatizado por Jorge Alberto que esses movimentos, através de redes, acabam também se tornando presenciais mais facilmente.
O movimento de alianças entre diversas organizações através de redes também é tratado. Exemplo disso se da pela The Palestinian NGO Network que tem como finalidade coordenar as medidas e atuações de outras organizações em apoio à causa palestina. Segundo o artigo o site da rede PNGO proporciona, alem da difusão de suas ideias, um intercâmbio eficaz entre a rede e as outras organizações que formam a PNGO.
Logo após o docente tratar de como são caracterizados os movimentos sociais que atuam por redes, três características relevantes citadas são: Existência dinâmica ou segundo os fatos, ou seja, esse tipo de movimento é mais dinâmico, podendo ser difundido ou extinto rapidamente, dependendo da situação; Horizontalidade e flexibilidade das redes, ou seja, as organizações tendem gradualmente a serem não hierarquizadas, mais flexíveis, com múltiplos nós e conectadas a diversas micro redes; Multiplicidade de identidades, ou seja, as redes de hoje permitem que o usuário circule por outras redes, compartilhem e milhem acerca de várias ideias em um ambiente diversificado.
Por fim trata-se acerca do processo de modificação no comportamento social devido à evolução das redes defendida pelo autor como em andamento, visto que existem outros fatores que prejudicam essa evolução, tal como o índice de analfabetismo nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento e ainda a alfabetização virtual tardia por parte da população em geral da terceira idade.
Comentário 1
O artigo que fora resumido trata de enfatizar a mudança no comportamento da sociedade frente às novas redes de comunicação, que de fato são muito influentes na forma pela qual a sociedade se comporta mediante a temas polêmicos. Claramente ao longo de pelo menos os últimos 10 anos se tem visto revoltas por parte da sociedade em relação a assuntos propícios a debates, revoltas essas diretamente influenciadas por movimentos em redes sociais. Exemplo disso se encontra nas ondas de manifestação de 2013. Além disso, ideias extremistas estão sendo atualmente difundidas via redes, como a publicação de vídeos pela Al Qaeda exibindo práticas da organização do estado islâmico, como o recrutamento de pessoas para o servirem.
À luz das ideias apresentadas, pode-se dizer que na atualidade a evolução tecnológica no tocante às redes está intimamente ligada aos movimentos sociais de considerável importância.
Segue abaixo um vídeo que convida o internauta a uma reflexão de como a evolução nos meios de comunicação influencia no comportamento social de uma forma geral, sendo também discutidas no vídeo os eventos de manifestação ao redor do globo, que por sinal, tiveram grande influencia das redes sociais.
Além disso, percebe-se que atualmente críticas relacionadas a determinado assunto são frequentemente difundidas em redes sociais por meio de imagens. Com isso uma imagem que poderia ser perfeitamente relacionada com o artigo apresentado inicialmente é exibida abaixo. Facilmente o internauta pode decifrar a mensagem passada atraves dela, todavia o punho mostrado refere-se, usualmente, a uma questão de poder, enquanto o seu revestimento, sendo de perfil digital, indica que poder e digitalização estão intimamente ligados. Ideia esta que é plenamente defendida no artigo apresentado acima.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch? v=N_GpX6sc8xo
Vídeo 1: O impacto da internet nas relações sociais
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?
Imagem 1: Movimentos sociais, tecnologias de informação e o ativismo em rede
Artigo 2
A “Primavera Árabe” e o uso político da técnica: dos sites de relacionamento para as ruas no caso egípcio
Disponível em: http://www.revistageopolitica.com.br/index.php/revistageopolitica/article/viewFile/66/55
Síntese
A data de 11 de fevereiro de 2011 entrou para a história do Egito marcando o fim de um governo ditatorial que duraram três décadas. Naquele dia, o então presidente Hosni Mubarak renuncia e entrega o poder ao exército após intensas manifestações populares em todo o país.
Os movimentos populares na região tem início no fim de dezembro de 2010, quando um jovem tunisiano põe fogo no próprio corpo como forma de protestar contra as condições de vida em seu país, comovendo o mundo e espalhando indignação.
A dimensão da mobilização foi aumentando com uma maior adesão da população e a utilização das mídias sociais. O movimento logo chegou ao Egito onde a ditadura Mubarak se mantinha por décadas, as agitações populares prosseguiram e cada vez mais fortes, com o povo concentrado nos pontos principais do Cairo. O anseio pela liberdade vinha com muitas outras expectativas de melhorias sociais e na economia.
No Egito, o povo durante décadas esteve sob intensa repressão política, que envolvia prisões, violência física e um serviço secreto de altíssima eficiência que impunha uma atmosfera de medo, cujo único fim era assegurar o poder do ditador.
Nesse contexto, os sites de relacionamento, especialmente o Facebook, foram amplamente utilizados, para a troca de informações, divulgação de vídeos, fotos, textos e planejar atos importantes.
O Facebook: as técnicas hegemônicas e seu uso
A informação sempre ocupou um lugar importante nas ações movidas pelas disputas pelo poder e na influência sobre os territórios. Atualmente, aliada da tecnologia, ela é ferramenta indispensável no processo de dominação.
As críticas a respeito do poder alienante das atuais mídias de entretenimento virtual e sites de relacionamento – tais como o Facebook, o Twitter e o Orkut – aumentaram. Para alguns, tais recursos gerariam muito mais inércia que a ação, e serviriam muito mais para finalidades hegemônicas de manipulação que à construção de uma sociedade mais justa.
Entretanto, é a apropriação da técnica que irá determinar seu direcionamento: o objeto em si mesmo não é algo determinante, seu potencial está no uso, e o uso é motivado por uma intencionalidade. O que determina a qualidade das ações é o uso dos objetos, o que significa que um mesmo objeto pode servir para fins ou intenções diversas, dependendo das formas de seu uso.
Portanto, não se trata de vangloriar o papel das redes informacionais na Primavera Árabe, uma vez que se tem em curso uma realidade historicamente construída, cujo estopim consiste em um número muito maior de variáveis sociais, tais como o grau de opressão a que a população estava sujeita, a atuação de grupos revolucionários e de movimentos trabalhistas, etc. O que pode ser afirmado é que, embora o evento pudesse ocorrer mais cedo ou mais tarde, e com ou sem o auxilio das técnicas de comunicação virtual, a eficácia da ação que se realizou foi potencializada pela técnica.
Através do vídeo exibido a seguir pode-se perceber a aplicação e veracidade do artigo apresentado, pois o palestrante explica de forma clara sobre o desencadear da revolução, além de frisar que as redes sociais de fato foram altamente contribuintes para que a nação pudesse se levantar contra o regime ditatorial vigente até então. Além disso, outra vez utilizando-se de imagens com o intuito de se passar uma ideia, é apresentada abaixo uma imagem que tem como finalidade divulgar a importância das redes para a revolução.
Vídeo 2: Wael Ghonim: Dentro da revolução egípcia
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=SWvJxasiSZ8
Imagem 2: A “Primavera Árabe” e o uso político da técnica: dos sites de relacionamento para as ruas no caso egípcio
Artigo 3
Democracia na era digital: a internet como base dos movimentos sociais contemporâneos
Disponível em: http://www.dicyt.com/noticia/democracia-na-era-digital-a-internet-como-base-dos-movimentos-sociais-contemporaneos
Síntese
As diversas manifestações, organizadas através das redes sociais, têm ocorrido com certa recorrência nos último anos, em países como Estados Unidos, Tunísia, Brasil, Egito e outro. E a realizações das mesmas põe em cheque a capacidade das redes sociais de potencializar a democracia.
Uma vez que a democracia é composta principalmente pelo acesso a informação e a capacidade de comunicação, a nova mídia permite um novo canal de participação da população. E muito políticos têm usado dessa para atingir um público maior, devido as vantagens sobre a mídia tradicional, baixo custo e poder de difusão.
Assim, cria-se um ambiente propício para a discussão, de um lado defende a ideia de que a internet oferece a diferentes estratos da sociedade o acesso a informação e aos novos meios de comunicação, dando uma oportunidade para a construção de uma relação de poder. Em contrapartida, existem lados que defendem que mesmo que historicamente a comunicação sempre foi essencial para a formação e articulação dos movimentos sociais, a internet por si só não faz revolução alguma.
Nos movimentos sociais as características de criatividade e renovação são fundamentais, e a internet possibilitou a renovação dos movimentos sociais, além do fato que o Marco Civil da internet é um exemplo para a criação coletiva, estimulada por tais características.
Por fim, não se pode confirmar que a internet seja uma potencializadora da democracia, porém é fato que esta surgiu como uma grande auxiliadora dos movimentos sociais uma vez que amplia os meios de comunicação e dificilmente poderá ser cortada, devido aos prejuízos econômicos gerados pela sua falta. Seu uso nos dias atuais é indispensável, serve como ferramenta e alavanca de transformação social e espaço para que se releve o grau de descontentamento.
Comentário 3
A internet e o espaço criado pela mesma permitem que informações sejam disseminadas com mais velocidade e também que tópicos e assuntos sejam discutidos em momento real sem que seus participantes estejam todos no mesmo local. Essas características permitem um desenvolvimento da democracia e dificultam o desenvolvimento de outros modelos políticos, visto a dificuldade de criar barreiras nas informações que são captadas.
Porém, uma rede social por si só não é capaz de revolucionar um país e mudá-lo totalmente, basta usarmos o exemplo da Líbia, que a manifestação organizada nas redes sociais não foi o suficiente para retirar o ditador.
A seguir, um vídeo é apresentado com o intuito de comprovar e discutir quão influentes são as redes sociais para um movimento democrático ocorrer, além disso é apresentada uma imagem que por si só é capaz de provocar uma reflexão no leitor quanto à importância das redes em movimentos sociais, conforme já apresentado.
Vídeo 3: Democracia conectada - Completo
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TRILlAtKEVc
Imagem 3: Redes Sociais x Manifestações
Questão 4:
Globalização: O processo de globalização teve origem do modelo econômico capitalista,
esse processo consiste na mundialização do espaço geográfico por meio da interligação
econômica, política, social e cultural em uma escala global. Porém, esse processo ocorre
em diferentes proporções e possui consequências distintas entre os países, sendo as
nações ricas as principais beneficiadas pela globalização, pois, entre outros fatores, elas
expandem seu mercado consumidor por intermédio de suas empresas transnacionais.
Modernidade: é momento atual caracterizado pela realidade social, cultural e econômica
vigente no mundo.
Positivismo: É uma doutrina filosófica nascida na França no começo do século XIX, tem
como características ser uma corrente altruísta, científica e industrial, segundo Auguste
Comte, o principal idealizador do movimento positivista, a ideia de tal pensamento poderia
ser centralizada em sete termos e significados: real, útil, certo, preciso, relativo, orgânico e
simpático. Além disso, o principal ideal do positivismo era de que só se pode tomar a
verdade quando a mesma for comprovada por técnicas científicas válidas, o principal motivo
disso era a característica da ciência de ser transcultural, assim, atingindo toda a
humanidade.
Superávit primário: É o dinheiro usado pelo governo para pagar juros da dívida pública,
esse dinheiro tem origem da economia do governo, ou seja, é o dinheiro arrecadado que
não foi gasto com despesas financeiras. Tratase um dado importante, pois dá uma medida
sobre o risco de o governo dar calote na dívida ou não.
Desemprego estrutural: É o desemprego gerado pela falta de competências de trabalho, ou
seja, é a oferta de um determinado emprego que exige especialização e não há procura por
não suprir as competências solicitadas. Essa é uma situação preocupante, uma vez que o
desempregado necessita de tempo e esforço para atender as exigências, tornando o
desemprego nessa situação por um longo período.
Sociedade civil globalizada: É o conjunto de organizações e instituições cívicas voluntárias
que oferecem estruturas para uma sociedade em funcionamento, porém operam em
oposição à estruturas governamentais.
ONG (Organização Não Governamental): São grupos sociais formais e autônomos que
funcionam sem fins lucrativos, com propósitos em ações de solidariedade no campo das políticas públicas, geralmente em agem em favor das populações excluídas das condisse
de cidadania.
OSCIP: É uma classificação jurídica de entidades privadas que atuam em áreas típicas do
setor público com fins sociais, e essas por sua vez podem ser apoiadas pelo Estado ou
serem privadas sem fins lucrativos
Voluntário: Aquela pessoa que faz algo sem que haja a intenção de receber de volta, além
disso, faz por livre opção, sem ser obrigado. Essa função não se resume apenas a
integrantes de entidades, mas a toda aquela pessoa que se disponibiliza a outras sem ter o
interesse de um retorno.
Questão 5:
O neoliberalismo foi desenvolvido a partir da década de 1970, ele defende a absoluta
liberdade de mercado e uma restrição à intervenção estatal sobre a economia, ocorrendo
assim em casos mínimos. São características do neoliberalismo a privatização de empresas
estatais, a livre circulação de capitais internacionais, a abertura de fronteiras para a entrada
de multinacionais e tendo como grande característica as empresas privadas serem a base
da economia.
Essa forma de política econômica mostrase negativa em alguns aspectos, as grandes
potências econômicas e as empresas multinacionais se beneficiam e prosperam enquanto
países pobres ou em desenvolvimento sofrem com as consequências de uma política
neoliberal. O desemprego, os baixos salários, aumento das diferenças sociais e
dependência do capital internacional são evidentes em países que não conseguem competir
nesse nicho.
Quanto aos pontos positivos, nestes estão incluídos o fato da grande competitividade que
proporciona o desenvolvimento tecnológico e através da livre concorrência faz (em teoria)
com que os preços e a inflação caiam. No Brasil, o neoliberalismo começou a ser
implantado a partir da década de 90 com o governo de Fernando Collor, sendo o
economista Fernando Henrique Cardoso o precursor, houve várias privatizações de
empresas estatais e muito do dinheiro arrecadado foi usado para manter a cotação da nova
moeda brasileira, o real, equivalente a do dólar.
Questão 6:
Sim, os movimentos sociais em rede permitem uma maior participação da população na
democracia, pois por meio das redes de comunicação as pessoas conseguem compartilhar
suas indignações em relação aqueles que detém o poder, e juntos conseguem superar o
medo de enfrentar essas autoridades, expressando suas ideias e muitas vezes atingindo o
objetivo que almejam, como no caso do Egito.
Essas redes são fundamentais para os movimentos sociais atuais, uma vez que grande
parte dos outros meios de comunicação em massa já são controlados pelos detentores do
poder, sendo assim na Internet ainda prevalece a cultura do anonimato onde não só um
possui o poder, mas sim, todos.
Equipe:
Clarence de Souza Navarro, nº USP: 9270287Gustavo Hsu, nº USP: 9760273
Ítalo Neres, nº USP: 8596876
Julia Mansano Gomide, nº USP: 9773083
Lara Padilha, nº USP: 9363502
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